Previdência privada: o que considerar antes de fazer esse investimento

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No Brasil, mais de 37 milhões de aposentados e pensionistas estão cadastrados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, após conquistarem o tão sonhado descanso do trabalho, se veem dependentes financeiramente dos recursos pagos pelo governo que vão até, no máximo, R$ 7.057,49.

Aqueles que querem garantir uma aposentadoria confortável e acima do teto do INSS, muitas vezes reforçando a oficial, estão investindo em previdência privada. De acordo com a pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e o Datafolha, apenas 3% dos aposentados recorrem a aposentadoria complementar que, segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), superou os R$ 138 bilhões em 2021 e cresceu 29% no último ano.

Para quem tem uma estrutura de planejamento financeiro, um produto de previdência privada pode ser interessante porque, diferente de qualquer outra modalidade de investimento, existe a possibilidade de abater no imposto de renda – sobre o salário – parte do valor alocado em previdência privada. “Isso significa que o investidor paga menos IR no presente, investe o dinheiro – que seria pago de imposto – e faz com que ele renda, pagando o imposto no futuro”, explica Tiago Feitosa, analista do mercado financeiro e fundador da T2 Educação, escola que prepara profissionais para as certificações necessárias do segmento. O professor ressalta ainda a importância da observação da alíquota do imposto de renda, que tende a ser menor no futuro do que a aplicada hoje.

Além de complementar a aposentadoria oficial, investir em previdência privada tem outras vantagens sucessórias. “Em caso de falecimento do titular do plano durante a fase de contribuição e ainda, a depender do caso, o produto pode oferecer continuidade da renda ao cônjuge sobrevivente, caso haja o falecimento do titular”, salienta o especialista.

Para auxiliar na escolha desse tipo de investimento, Tiago aponta 3 pontos que devem ser levados em consideração. Confira:

Modalidade: É preciso optar por planos de previdência privada que estejam alinhados com o perfil de cada investidor. “Os que fazem sua declaração de imposto de renda pelo modelo completo, via de regra, terão vantagens fiscais ao contratarem um PGBL. Para os demais, o melhor produto tende a ser o VGBL, mas esse não apresenta vantagens fiscais”, revela.

Risco: Hoje, no Brasil, os fundos de previdência têm flexibilidade para investir em renda fixa ou variável. “Sem dúvidas isso impacta na volatilidade do produto e, por isso, deve ser compatível também ao perfil de risco do investidor. Devem aceitar fundos que investem em ações aqueles que aceitam correr mais risco em seus investimentos em busca de uma possível maior rentabilidade”, completa Tiago.

Custos: Planos de previdência privada tem taxa de administração e carregamento. A primeira é um percentual cobrado sobre o patrimônio do fundo em uma taxa anual, ou seja, durante todo o período de permanência do investidor no fundo. “A segunda é um percentual fixo cobrado pelos aportes. Quanto menor forem essas taxas, maior tende a ser o retorno para o investidor”, esclarece.

Saúde financeira da seguradora que está administrando o plano de previdência: nessa modalidade de investimento, o investidor não aporta o recurso diretamente em um fundo de investimento e sim na administradora do plano de previdência privada (uma seguradora) que, por sua vez, aporta o recurso num fundo de investimento. Em outras palavras, o investidor não é o cotista do fundo de investimento, ele é um participante do plano de previdência. “O investidor ao aderir a um plano de previdência privada está correndo o risco de crédito da seguradora porque o dinheiro aportado no fundo estará em nome da seguradora e não do investidor”, finaliza Tiago.