Estratégia de variedade de meios de pagamento também deve considerar desbancarizados

Pesquisa

*Por Gustavo Costa

Pesquisa da fintech alemã de soluções para o setor financeiro, Mambu, divulgada em fevereiro desse ano, revela que 45% de cidadãos da América Latina não possuem contato com uma instituição financeira. O número engloba bancos e outras companhias, sejam elas tradicionais ou digitais. O levantamento reforça outra análise nacional realizada pela Brink’s em parceria com a Fundação Dom Cabral, que indica que 38,5% da população adulta brasileira não tem conta bancária.

Já o estudo da Octadesk em parceria com a Opinion Box, divulgado em março desse ano, mostra ainda que 49% dos brasileiros efetuaram algum tipo de pagamento por carteira digital em 2021. Ou seja, ainda há uma parcela significativa de desbancarizados no Brasil, o que significa que estamos falando de pessoas que não dependem de instituições financeiras para manter dinheiro, fazer investimentos ou outras transações. É uma grande oportunidade aberta para diversas empresas financeiras. Devemos pensar também em quem prefere utilizar carteiras digitais como meio de pagamento alternativo.

Diante das preferências dos consumidores e meios de pagamento que mais os agradam, empresas e companhias, não apenas no Brasil, mas no mundo, observam particularidades como essas na jornada de aquisições. Ignorar alguns padrões e dados de mercado pode afastar o cliente, que provavelmente terá uma experiência de compra que não o agradará, considerando seus gostos.

Em minha jornada, vi o quanto é importante estarmos atentos às mudanças de comportamento do consumidor, o que ocorre constantemente, por isso é essencial acompanhar esse processo dia após dia. Empresas que escutam os feedbacks de seus consumidores saem na frente, agradando cada cliente de maneira também a fidelizá-lo.

Na Codashop, por exemplo, um dos pilares é oferecer o meio de pagamento preferido do usuário para a compra mais descomplicada possível, e essa estratégia tem funcionado. Para isso, a plataforma dispõe de uma gama de opções, como Pix, cartão de crédito e débito, uma carteira digital própria (Codacash) e até boleto, pensando também nos mais de 66 milhões de brasileiros que ainda preferem sacar dinheiro para compras, assim como demonstrado pela recente pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com o Banco24Horas.

O foco é que o fato de alguém ser desbancarizado é apenas uma característica de um consumidor que também tem desejos e que está disposto a pagar por serviços e produtos, sejam eles físicos ou não. Por isso, é fundamental a disponibilização de vários meios de pagamento, para que essa pessoa possa utilizar o que prefere e para que a empresa garanta a venda.

É preciso olhar de forma macro, identificando o quanto oferecer os mais fáceis e acessíveis meios de pagamento para o cliente pode influenciar no crescimento da empresa e até no desenvolvimento da economia do país. É necessário continuar buscando formas de incluir essas pessoas, independente da sua maneira de tratar pagamentos e finanças.

A experiência de compra atingirá novos patamares quando cada cliente tiver a liberdade de pagar como preferir, com cada empresa vendo esse aspecto como uma oportunidade de agradar seus consumidores.

*Gustavo Costa é Regional Director LATAM da Codashop.