O Boston Consulting Group (BCG) divulga o estudo For Insurers, Three Paths to Modernizing Core IT, que destaca a necessidade e os desafios da modernização dos sistemas de tecnologia da informação (TI) na indústria de seguros.
Várias seguradoras estão em uma encruzilhada em relação a sua estratégia de tecnologia: manter ou modernizar os sistemas legados? Até pouco tempo atrás, a primeira opção parecia ser um caminho mais econômico e menos arriscado, mas a transformação tornou-se essencial para a atuação em um mercado mais competitivo e altamente regulamentado.
De acordo com Alexandre Figueiroa, Associate Director do BCG Platinion, a modernização dos sistemas tornou-se um imperativo competitivo. “Seguradoras tradicionais avançadas nesse processo ou as que já nasceram digitais interagem com clientes e corretores por meio de canais digitais, além de adotar modelos de negócios inovadores. Tecnologias como inteligência artificial (IA), IA generativa (GenAI), automação, gamificação e de uso massivo de dados, criam uma experiência superior para o cliente e geram eficiências que influem em impactos positivos nos resultados dessas empresas”, afirma o executivo.
Por essa razão, o BCG projeta um crescimento anual de 9% nos gastos com TI até 2027 para o setor, que investiu cerca de US$ 210 bilhões em 2023, segundo o Gartner. A consultoria também estima que os investimentos com a modernização chegarão a 16% dos gastos, sendo que EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e América do Norte, gastarão, respectivamente, cerca de US$ 6,5 bilhões e US$ 10,5 bilhões.
É importante ressaltar que essa modernização é uma jornada a ser feita em conjunto pelo negócio e pela TI. “Na verdade, é necessário repensar o negócio e como isso afetará o portfólio de produtos, o modelo de distribuição, os processos e, finalmente, como impactará a plataforma tecnológica. E, apesar dos benefícios que podem derivar dessa jornada, seus desafios e riscos são significativos”, pondera Figueiroa.
O estudo analisou grandes seguradoras internacionais que estão conduzindo projetos de modernização de legado e mapeou três abordagens para criação da nova plataforma tecnológica:
- Centralizada. Desenvolvida internamente, utilizando componentes customizados. A lógica principal do negócio é compartilhada por toda a empresa, mas é possível criar customizações para atender às regulamentações e necessidades de cada país e/ou linha de negócio.
- Descentralizada. Combina pacotes de mercado com soluções customizadas desenvolvidas localmente por integradores de sistemas para atender necessidades específicas de cada país.
- Híbrida. Combina as duas abordagens anteriores. Países com maior volume de negócio desenvolvem suas próprias soluções, enquanto os demais podem usar soluções globais com customizações locais.
Independente da abordagem escolhida, o BCG observa boas práticas que aumentam as chances de sucesso da modernização dos legados:
- Dividir o programa em partes gerenciáveis;
- Implementar uma gestão de programa robusto;
- Incentivar a inovação na organização, criando formas de conduzir o negócio;
- Alinhar incentivos dos times envolvidos com o sucesso do programa;
- Viabilizar criação de novos skills e capacidades;
- Definir arquitetura tecnológica flexível.
“O negócio de seguros está mudando e a modernização das plataformas tecnológicas é imprescindível apesar de ser custosa e desafiante. A transformação direcionada pela estratégia do negócio e apoiada em uma execução que se baseia em boas práticas de gestão de programas (como as mencionadas acima), podem assegurar o sucesso dessa jornada”, finaliza Figueiroa.
O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG.