O agronegócio, com certeza, é um polo de inovação e de tecnologia. Diariamente, testemunhamos novidades que contribuem – e muito – para aumento da produtividade e da eficiência.
São drones de pulverização, colheitadeiras autônomas que utilizam GPS, monitoramento via satélite, dentre muitas outras novidades. Só que, infelizmente, existe um viés negativo: nem sempre todas essas tecnologias estão disponíveis para todos.
É verdade que, um produtor rural de pequeno porte não precisará de drones para realizar a pulverização. Mas a contratação de um serviço de monitoramento via satélite pode ser muito importante para ele, pois o ajudará a fazer o Cadastro Rural Ambiental (CRA), um registro público eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais.
Por isso, ampliar o acesso à tecnologia para o agronegócio é algo fundamental e estratégico para um setor tão importante para a economia, que movimenta bilhões de reais todos os anos.
E essa ampliação tem um importante aliado: o universo dos seguros. Justamente por trazer soluções para o agronegócio, os seguros podem contribuir com setor deixando a tecnologia ainda mais acessível, o que contribuirá para a melhor os negócios, ampliar a segurança e facilitar a vida do produtor rural.
Por meio das seguradoras, o produtor rural pode ter acesso a tecnologias que antes não conseguiria. Por exemplo, já existem produtos que utilizam o monitoramento via satélite para identificar as culturas plantadas, saúde de plantas etc, de forma a oferecer coberturas mais customizadas.
Outro excelente exemplo está no uso das tecnologias de integração das seguradoras para a captação da subvenção do Seguro Rural, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Infelizmente, conforme diversas entidades já afirmaram, o valor da subvenção não é suficiente para atender a todos. Dados do Confederação Nacional da Agricultura mostram que apenas quatro entre dez produtores rurais conseguem a subvenção.
Além de não haver recurso para todos, muitos também não conseguem a subvenção porque não fornecem informações precisas e corretas ou porque o valor dos seguros ser muito alto.
Por isso, é importante a precisão nas informações do produtor rural, de forma que a solicitação seja a mais precisa possível. Essa integração entre seguradoras e o MAPA permite, por exemplo, calcular a área total da propriedade, cruzar dados de efeitos climáticos, culturas plantadas, dentre outros dados, trazendo mais eficiência e confiança na hora de fazer a solicitação da subvenção.
Atualmente, apenas 15% da área plantada no Brasil, algo em torno de 14 milhões de hectares, são cobertas pelo Seguro Rural. Se formos avaliar isso do ponto de vista das mudanças climáticas, é algo alarmante, pois significa que um dos setores mais importantes do Brasil pode estar completamente vulnerável.
Para se ter uma ideia dessa vulnerabilidade, de acordo com o relatório divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CMN), as cheias que atingiram 106 municípios do Rio Grande do Sul no final de 2023 resultaram em prejuízos no agro que ultrapassam R$ 1 bilhão, incluindo perdas na agricultura e na pecuária. Quase 30 mil animais morreram e safras inteiras de milho e trigo foram perdidas. A maioria dos produtores não possuía seguro rural.
Tudo isso só mostra a importância dos seguros para os produtores rurais, que poderão ter acesso a tecnologias e inovações importantes para se protegerem.
Por Bruno Beneduzzi, diretor de vendas e clientes da i4pro