Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cerca de 30 milhões de planos odontológicos foram contratados no Brasil, em 2022. De fevereiro a dezembro, o crescimento de beneficiários bateu o recorde histórico do setor por 11 vezes, encerrando o ano com 2.057.899 novos planos, em relação a 2021. Na avaliação de Fábio Nogi, líder de inovação da Unimed Odonto, os principais motivadores dessa disparada estão ligados à maior “facilidade de acesso”, bem como da maior “segurança pessoal e familiar” oferecida pelos novos planos.
Foto: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
Concentrados na região sudeste, São Paulo é o estado que mais contratou planos odontológicos em 2022 e detém 36% do mercado de apólices, com cerca de 11 milhões de benefícios circulando. Por outro lado, os estados do Acre e Roraima, juntos, aparecem com 73.918.
“Mais que a quantidade absoluta de beneficiários, é preciso avaliar qual a taxa de cobertura odontológica em cada região, para termos uma visão mais clara dos desafios de ampliação do acesso”, afirma Nogi. “São determinantes para esta distribuição: a renda per capita, acesso à informação, além da proporção de pessoas com vínculo de trabalho formal”.
Quando analisamos a cobertura odontológica de cada região, São Paulo tem uma taxa de 23,7% de atendimentos, enquanto toda a região Norte tem 8,5%. De acordo com Nogi, mais de 72% das apólices provêm de planos coletivos empresariais, o que reflete a faixa etária da maioria dos beneficiários da Unimed Odonto, pessoas entre 30 e 40 anos.
No geral, todo o setor de seguros apresentou perspectivas de alta. Ainda de acordo com o balanço anual da agência reguladora, foi registrado a maior quantidade de planos de saúde ativos desde 2014, totalizando cerca de 50 milhões de beneficiários. Na análise de Nogi, a consistência do crescimento no setor está ligada à resiliência demonstrada nos últimos anos,
“ Mesmo em períodos de crises econômicas e maior taxa de desemprego, o benefício possui um valor mensal (tíquete médio) bem acessível frente às inúmeras vantagens e ampla cobertura que oferece. Até nos produtos mais básicos”, pontua.
Interesse é maior entre pessoas em idade ativa
Uma pesquisa feita pela Vox Populi em 2021 mostra que 42% das pessoas procuram um plano odontológico para não depender da saúde pública (42%) e querem ter segurança caso precise de algum atendimento médico de urgência;
Não por acaso, de acordo com a própria ANS, para além de pessoas com idade ativa (entre 30 e 34 anos), o público que mais demandou contratação de planos odontológicos em 2022, foram os recém nascidos, resultando em 4.130 novos planos.
O superintendente cita que outro motivador da alta inédita registrada em 2022 foi o uso de novas estratégias de comunicação por parte das seguradoras, com a perspectiva de atrair e se aproximar das novas gerações.
Deste modo, ele explica, abordar a saúde bucal em linguagem acessível, através das redes sociais, por exemplo, levou informações relevantes aos novos beneficiários, como o papel dos cuidados odontológicos em outros aspectos da saúde.
“Para além da questão estética e de autoestima, manter a saúde bucal em dia é essencial para que tenhamos uma saúde integral equilibrada e boa qualidade de vida. E demonstramos isso de maneira assertiva em nossa estratégia de atração das novas gerações”, afirma Nogi.
Tratamentos envolvendo AI e Chatbots
Lançado em agosto de 2022, a Unimed Odonto lançou, através de parceria com institutos de pesquisa e a empresa de tecnologia Infinitti, uma consultora virtual assistida por Al que avalia o risco de desenvolvimento de doenças bucais, a Tina.
Segundo Nogi, a ferramenta está inserida dentro da inovação tecnológica — classificada pelo executivo como pilar estratégico da Unimed Odonto. Ele ressalta que o uso de Inteligência Artificial e a automatização de processos, tendo em vista novas tecnologias, tendem a alcançar públicos mais jovens.
“A operadora oferece recursos que acompanham o cliente dentro e fora do consultório. O uso de chatbots no atendimento de beneficiários e prestadores, a aplicação da Inteligência Artificial em processos de auditoria e análise de tratamentos odontológicos, bem como o uso da biometria facial, por exemplo, deverão estar cada vez mais disponíveis para operadoras odontológicos de todos os portes em todo o país”, pontua Nogi.