Brasileiros ainda têm dúvidas se vale a pena fazer compras mensal ou semanalmente
Segundo dados levantados pela fintech Superdigital, mais de um terço (36%) do consumo da maioria da população se concentra em gastos com supermercado. A segunda maior categoria da lista são os restaurantes (11%), o que mostra que quase 50% das despesas no país estão vinculadas à alimentação.
O levantamento confirma como a alta dos preços dos alimentos está afetando a renda familiar. A inflação registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de agosto com queda de 0,36%, porém o acumulado de 12 meses ficou em 8,73%.
Embora o índice apresente deflação, os preços nas prateleiras continuam altos, preocupando os brasileiros na hora de fazer as compras. Diante da necessidade de reduzir as despesas do vale-alimentação e buscar por novos métodos para economizar, muitos consumidores passaram a questionar se é melhor fazer compras mensais ou semanais.
De acordo com a Serasa, ambos os métodos podem ser utilizados para quem busca poupar nos gastos do supermercado, no entanto, é preciso avaliar as características e necessidades de cada consumidor para escolher a frequência de compras correta.
Qual a diferença entre as compras mensais e semanais?
A ideia de fazer compras todo início de mês começou a ser explorada pelas famílias brasileiras entre os anos de 1980 a 1990, quando o país viveu um período marcado pela hiperinflação.
Nesse momento, os consumidores perceberam que, com a alta dos preços, a melhor forma de poupar era comprando os produtos em maiores quantidades e estocando em casa para usar depois. Isso porque, a cada dia, os valores subiam mais e o item que custava um valor hoje, amanhã seria o dobro.
Já as compras semanais tornaram-se mais comuns quando a inflação foi controlada, em meados da década de 1990. Naquela época, era comum também voltar ao mercado ao longo do mês, para buscar por novos produtos e abastecer os armários gradualmente.
Qual é a mais vantajosa?
Segundo a Serasa, um dos maiores benefícios que o consumidor brasileiro encontra ao optar pelas compras mensais é a economia de tempo. Esse método torna necessário ir ao supermercado apenas uma vez ao mês, dando ao consumidor mais espaço para realizar outras atividades, como trabalho, lazer e cuidados domésticos.
Dessa forma, pessoas que trabalham todos os dias da semana e têm a rotina corrida podem não encontrar vantagem nas compras semanais, pela falta de tempo para ir aos mercados, preferindo assim ir mensalmente aos estabelecimentos.
Em relação à economia, procurada por muitos, o órgão aponta que não há como estabelecer uma relação concreta com as compras mensais, pois esse fator depende da oscilação dos preços e das promoções disponíveis no dia.
Alguns supermercados realizam ofertas como “pague um e leve dois”, em que o consumidor acaba adquirindo um produto com um preço inferior ao esperado. Nesses casos, a Serasa afirma que pode ser interessante seguir a linha dos anos de hiperinflação e comprar itens a mais para estocar em casa. No entanto, o órgão orienta que, ao ir aos supermercados, o consumidor esteja com uma calculadora em mãos para avaliar se as ofertas de fato valem a pena.
Segundo a Serasa, outro ponto a ser considerado é o transporte até o mercado. Quem tem carro próprio e costuma usá-lo para ir ao estabelecimento deve se atentar aos gastos com combustível. Da mesma forma, acontece com quem opta por aplicativos para se locomover. Nesses casos, ir toda a semana fazer as compras pode aumentar a despesa.
Já os consumidores que moram perto dos supermercados e desejam fazer compras semanais, é possível ir a pé e carregar os produtos em sacolas, uma vez que as compras desse método tendem a ser menores.
Além disso, a Serasa ressalta que, em casos de compras mensais, é preciso se atentar à validade dos produtos. Itens como pães, carnes, iogurtes, frutas, legumes e verduras costumam estragar em poucos dias.
Em linhas gerais, o órgão explica que tanto as compras mensais quanto as semanais apresentam vantagens e desvantagens para o bolso das famílias brasileiras. No entanto, existe o método certo para cada consumidor e, por esse motivo, cabe a ele analisar e decidir qual tipo de compra se encaixa melhor à realidade de sua família.