Conexa e FGV In Company criam comitê técnico-científico para pesquisar saúde mental corporativa

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Líderes de RH de grandes corporações como Bradesco, Klabin, Ambev, Rede D’or, Claro, Burger King e CCR se reuniram para debater os desafios da incorporação de programas de saúde integral, incluindo mental, em um momento disruptivo da sociedade

Uma parceria entre a Conexa, maior player de saúde digital da América Latina, e a FGV In Company derivou na criação de um comitê técnico-científico multidisciplinar com membros da academia, iniciativa privada e instituições sociais que atuarão como ecossistema no desenvolvimento de soluções para a saúde mental corporativa. Com a participação do Instituto Cactus, o comitê dispõe de cadeiras para outros players. A primeira pesquisa fruto da parceria deverá ser publicada até o final de 2022, com base nos dados de telemedicina e telepsicologia da Conexa e análises dos professores da Fundação Getulio Vargas.

De acordo com Guilherme Weigert, CEO da Conexa, a participação ativa de lideranças de RH de grandes corporações nos eventos promovidos pelo Comitê agrega diferenciais ao programa de bem-estar corporativo da Conexa, BETI, que é oferecido de forma modular. No último evento, realizado em 14 de setembro, que reuniu mais de 30 líderes de RH de empresas como Bradesco, Klabin, Ambev, Rede D’or, Claro, Burger King, CCR e CPFL Energia e Biotronik, a escuta ativa mobilizou para a urgência do tema. “Os líderes trabalharam com modelo de framework, compartilhando experiências e ações para mitigar riscos. O modelo deve inspirar a criação de soluções coletivas e mobilizar para o engajamento do C-level, endereçando a necessidade de tratar o tema de forma matricial”.

Para Moysés Simantob, coordenador do Fórum de Inovação da FGV e membro do conselho do comitê, cuidar da saúde mental do colaborador faz sentido do ponto de vista corporativo e econômico, já que tem alto impacto na produtividade e na agenda ESG (environmental, social, and corporate governance). O professor reforça o papel da academia na geração e sistematização do conhecimento como forma de devolver para a sociedade o investimento que recebe. Simantob menciona, ainda, o efeito multiplicador do ecossistema de saúde, mencionado no Fórum Econômico Mundial deste ano. “Se os EUA investirem US$ 1 trilhão hoje, em 2030 terá US$ 3 trilhões. Poucas iniciativas têm esse multiplicador. Não é suficiente cuidar do meio ambiente se as pessoas estão doentes por estarem ansiosas, por exemplo”.

Guilherme pondera o momento disruptivo no qual estamos inseridos e reforça que é papel dessa geração implementar programas robustos de segurança psicológica e bem-estar nas empresas. “Até pouco tempo atrás era impensável associar vida pessoal à profissional e trazer a pauta da saúde mental para as corporações. Apesar de não existir fórmula mágica, precisamos correlacionar os indicadores de saúde com os financeiros, pois as organizações precisam perceber que pessoas saudáveis e mais felizes geram mais resultados”, explica.