São Paulo, agosto de 2024 – O Boston Consulting Group (BCG), por meio do estudo “State of Insurtech 2023: Finding Opportunities in the New Normal“, revelou que o setor de insurtechs (empresas que oferecem tecnologia aplicada ao setor de seguros) enfrentou uma desaceleração significativa em 2023, atingindo os menores níveis de investimento em cinco anos, totalizando US$ 4,9 bilhões. Esta queda de 35% em relação a 2022, que já demonstrava um declínio, reflete um ambiente econômico global desafiador, marcado por pressões inflacionárias, aumento das taxas de juros e desafios internos no setor.
Todavia, de acordo com o BCG, a América Latina (LATAM) foi a região que mais cresceu entre 2019 e 2023, atingindo um CAGR de 58% devido aos investimentos em insurtechs de P&C (Property & Casualty), sediadas no Brasil, e naquelas focadas em saúde, localizadas no Chile.
“Num mercado cada vez mais consolidado, parece haver interesse de investidores em empresas que tentam criar uma certa disrupção por meio da inovação e da agilidade. Muitas seguradoras também começam a ver as insurtechs como potenciais alvo de aquisição”, afirma Rodrigo Maranhão, diretor executivo e sócio sênior do BCG.
Influência da IA no setor
Outro ponto destacado pelo estudo é o papel crescente da inteligência artificial (IA) no setor de insurtechs. Empresas que adotam tecnologias como inteligência artificial generativa (GenAI) estão despertando um aumento no interesse de investidores.
Segundo o BCG, em média, as insurtechs alimentadas por IA receberam 65% do capital total investido nos últimos cinco anos. Embora a contagem de negócios tenha diminuído de 2019 para 2022 em 18 pontos percentuais, em 2023 registou-se um aumento de quatro pontos percentuais, sinalizando uma confiança renovada dos investidores, provavelmente devido ao surgimento da GenAI.
“Este aumento reflete um reconhecimento mais amplo da GenAI pela indústria como uma força transformadora para a cadeia de valor dos seguros. Tanto é que várias insurtechs estabelecidas anunciaram o lançamento de funcionalidades impulsionadas por essa tecnologia, melhorando seus portfólios de produtos e se destacando perante os demais competidores do mercado”, complementa Maranhão. O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG.