O mercado segurador já está consciente das vantagens que a inteligência artificial pode trazer aos seus negócios. É o que revela a análise setorial de 2024 do Informe Ascendant de Maturidade Digital, produzido pela Minsait, empresa de transformação digital e TI da Indra.
Para analisar o contexto e o grau de adoção da inteligência artificial (IA) nas organizações, a quinta edição da pesquisa, intitulada “IA: radiografia de uma revolução”, ouviu mais de 900 instituições públicas e privadas ao redor do mundo, especializadas em 15 diferentes segmentos atuação. No caso do setor de seguros, mais da metade das empresas ouvidas (58%) destacou a eficiência e a otimização dos processos internos como a principal motivação para aderir à IA ou passar a utilizá-la de maneira intensiva.
33% das companhias respondentes apontaram, por sua vez, a melhoria das experiências do cliente e do usuário interno como fator preponderante para a utilização da tecnologia. Três em cada dez empresas também mencionaram como prioridade a melhoria da oferta ou do conhecimento do cliente, por meio da aplicação da IA.
Ainda nesse sentido, outros aspectos relevantes citados pelas organizações ouvidas foram: renovação do modelo de negócio (21%), apoio à tomada de decisão baseada em dados (15%), otimização dos dados produzidos internamente (15%) e afirmação do posicionamento da marca enquanto entidade inovadora (8%).
O Informe Ascendant 2024 também identificou que 100% das seguradoras ouvidas estão focadas em compreender como a IA pode contribuir para aprimorar operações específicas do setor, ao mesmo tempo em que têm concentrado seus esforços na melhoria da gestão de riscos e da segurança cibernética, a partir de softwares desenvolvidos por terceiros. Outros departamentos que podem vir a ser beneficiados pela tecnologia, segundo as companhias respondentes, são: marketing, vendas e design de produtos e serviços.
Com relação ao uso da IA em expedientes específicos do mercado segurador, as companhias afirmaram estar direcionando seus recursos para otimizar a avalição de riscos, por meio de ferramentas de detecção de fraudes contratuais, análise de imagem de satélites e modelos preditivos. Outro aspecto prioritário é a melhoria do processamento de sinistros, a partir da comunicação automatizada com o cliente, via chatbots de suporte, e de recursos de análise de documentos para extração de dados e informações.
Foram citados, ainda, como benefícios trazidos pela IA: avanços na emissão e administração de apólices, análise da experiência do consumidor, segmentação de clientes e análise preditiva para antever taxas de renovação de contratos e de rotatividade (churn rate).
Em relação às barreiras e fatores que têm dificultado o avanço da aplicação da inteligência artificial no setor, foram mencionados pelas organizações aspectos como: incerteza sobre a regulamentação da tecnologia (42%) e desafios ligados à criação de uma cultura de governança de dados (38%). Três em cada dez empresas também chamaram a atenção para a escassez de conhecimento e de talentos especializados em IA no setor, além da falta de visão da alta gestão a respeito do tema.
IA é a chave para a transformação dos negócios em seguros
O mercado segurador atravessa um momento de grande dinamismo, influenciado por fatores econômicos, políticos e sociais. Esse cenário tem exigido a implementação de transformações profundas nos processos que envolvem o negócio, a fim de que as empresas se mantenham competitivas e capazes de responder tantos às demandas do consumidor final quanto à crescente necessidade de otimização das operações corporativas.
Em um contexto também marcado pela inflação global e pela mudança dos hábitos de consumo, as entidades financeiras e seguradoras têm intensificado suas estratégias de inovação. Com isso, a IA, já presente nessa indústria há alguns anos, tem se consolidado como um recurso fundamental para a adequação do modelo de negócios do setor aos níveis de personalização e eficiência exigidos na atualidade.
Para Ignacio Fernández, diretor global de Serviços Financeiros e Seguros da Minsait, o impacto da IA vai para além das demandas do mercado financeiro e tem aberto caminho para uma transformação cada vez mais acelerada de diversos setores da economia e da vida cotidiana.
“O setor de seguros já se utilizada da IA de maneira recorrente, liderando a aplicação desse recurso, que tem sido amplamente requisitado em áreas-chave da sua cadeia de valor, como na prospecção de clientes e na oferta de serviços em tempo real”, destacou o executivo.
“A IA Generativa deve impulsionar esse ecossistema, abrindo portas para o surgimento de novas oportunidades e desafios. Entre os aspectos mais relevantes que as seguradoras devem ter em mente, estão: desenvolvimento de modelos de negócio digitais, automatização de processos para redução de custos operacionais, personalização de serviços, melhoria da experiência do cliente e design de produtos inovadores”, finaliza Fernández.