Especialista orienta profissionais e diz que segmento vai além da Faria Lima.
Até o terceiro trimestre do ano, empresas captaram R$ 402 bilhões no mercado de capitais do país. Os dados são da são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), que registrou queda de 5,5% em relação ao mesmo período de 2022. De acordo com o levantamento da B3, o número de pessoas físicas que investe em renda variável cresceu 35% no último trimestre, saltando de 3,3 milhões de CPFs em 2021 para 4,6 milhões.
Com a ampliação das negociações, a busca por profissionais qualificados também aumentou a fim de atender a demanda das instituições e clientes. “Empresas precisam lidar com a escassez de especialistas, mesmo essa sendo uma das áreas que melhor remunera seus profissionais”, explica Tiago Feitosa, analista do mercado financeiro e fundador da T2 Educação, escola que prepara profissionais para as certificações necessárias do segmento.
O Guia Salarial 2023, da consultoria Robert Half, revelou que os fundos de Private Equity, Assets, Bancos de Investimentos, Meios de Pagamento e Fintechs vão liderar as contratações do próximo ano, entretanto, o profissional que quer fazer carreira no mercado financeiro precisa desenvolver habilidades, além das certificações. “É preciso estar preparado para as oportunidades e não limitar o processo de aprendizagem apenas para as exigências do lugar que você trabalha”, orienta o especialista.
Um passo promissor para ter sucesso na carreira financeira é dedicar tempo ao estudo e compreender como o mercado opera e os investimentos funcionam na prática. Também é importante se desprender de mitos sobre a área e a formação profissional para construir autoridade e relevância entre clientes, instituições e colegas de trabalho.
Para Tiago Feitosa existem quatro inverdades muito difundidas sobre a carreira no mercado financeiro. Descubra quais elas são:
Mito 1: Apenas faculdades renomadas abrem oportunidades no mercado financeiro
Algumas universidades são vistas com bons olhos pelo mercado financeiro, entretanto, a verdade é que, independentemente da formação, o profissional que busca qualificação para além da graduação encontrará oportunidades na área. “A especialização pode ser conquistada com certificações, mas também com cursos livres ou de extensão que podem ajudar a potencializar o currículo e assim nivelar a competição pelas melhores vagas”, esclarece.
Mito 2: O mercado financeiro é representado ou só funciona na Faria Lima
Os maiores bancos do Brasil concentram parte de suas operações no centro financeiro de São Paulo, na Avenida Faria Lima e adjacências, porém essa é apenas uma fatia do mercado. “Os mesmos bancos que possuem operações neste eixo realizam trabalhos em outras regiões do Brasil. E, se tratando de operação comercial no mercado, há oportunidades nas principais cidades brasileiras”, elucida Tiago Feitosa.
Mito 3: As vagas nos bancos vão acabar com o avanço da tecnologia
Muitos bancos têm fechado postos de atendimento em razão da digitalização e isso causa a impressão de que as ofertas no setor estão diminuindo, contudo, essa tese é facilmente confrontada quando vemos que os bancos seguem contratando novos colaboradores com frequência. “As instituições estão apostando na especialização de profissionais para atender melhor os clientes. Assim, é verdade que serviços mais operacionais tendem a diminuir, ao passo que a procura por especialistas em investimentos, crédito, seguro e demais serviços tende a aumentar”, argumenta.
Mito 4: O profissional só precisa de certificações, e não de outras habilidades, para garantir boas posições no mercado
As certificações são essenciais para atuar no mercado financeiro porque capacitam o profissional com o conteúdo técnico necessário para o seu cargo ou o produto que trabalha. Algumas delas, inclusive, são pré-requisitos regulatórios para determinadas posições, mas mesmo obrigatórias, elas não garantem ao profissional uma boa colocação na área. “Além da certificação é necessário que quem deseja atuar no mercado financeiro desenvolva outras habilidades, desde as comportamentais (comunicação, liderança, vendas) às habilidades técnicas (conhecimento necessário para a função a ser desenvolvida)”, finaliza o especialista.