6 dicas para organizações que buscam responsabilidade social

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Com grande experiência em ações sociais, a Fundación MAPFRE mostra os principais pontos a serem observados por quem pretende contribuir para um mundo mais igualitário.

Diante de crises humanitárias e da ampla necessidade de mobilização de diferentes setores para enfrentar problemas como a fome e o déficit educacional no mundo pós-pandemia, é urgente que o terceiro setor reavalie seu papel enquanto agente de transformação, em conjunto ou paralelo à agenda governamental. O Brasil enfrenta uma crise nutricional em que apenas 26% das crianças fazem três refeições por dia de acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde. Nas últimas semanas, o colapso sanitário em terras Yanomami ganhou repercussão internacional, impulsionando um movimento de solidariedade: em apenas dois dias, 19.400 profissionais de saúde se inscreveram como voluntários no programa Força Nacional do Sistema único de Saúde (FN -SUS). De acordo com a Fundación MAPFRE, as organizações precisam incorporar e fortalecer o conceito de responsabilidade social, sem que isso se torne exclusivamente uma ação para o benefício de pequenos grupos com vantagens competitivas. A seguir, ela compartilha seis dicas para alinhar discurso e prática:

  • Identificar problemas-chave para atuação

As organizações podem contribuir ativamente no combate a desigualdades, se somando na resolução de problemas considerados estruturais. Para isso, é preciso olhar para dados censitários do país em que estão inseridas, observando onde se encontram os gargalos de desenvolvimento e oportunidades de intervenção. Sobretudo, é essencial que, a partir da escolha das áreas de atuação, seja realizado um recorte racial, territorial e de gênero, para que se possa atingir de fato à parcela da população mais vulnerável. Quando esse processo é garantido, as organizações são capazes de estabelecer parcerias, desenhar programas e desenvolver ações mais efetivas.  

  • Produzir informação inédita e de qualidade

Além de se pensar na melhor estratégia para incidir sobre o problema identificado, outra ação indispensável, especialmente quando há carência de informações em determinado setor, é a produção de pesquisas que possam produzir dados quantitativos ou qualitativos capazes de identificar, por exemplo, hábitos e comportamentos populacionais que possam fomentar programas e políticas públicas para determinada parcela da população. Em 2022, esse foi o caso do estudo “Adeus às chaves: perfil, segurança e momento de transição”, realizado pela Fundación MAPFRE, em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), com foco em obter informações para o melhoramento da qualidade de vida de pessoas idosas.

  • Educar público-alvo

Informação direcionada e de qualidade importa. Quando se identifica onde está o público-alvo para determinada ação, é necessário adaptar linguagens e estratégias. No Brasil, as mulheres de baixa renda, pouca escolaridade e chefes de família, são as que mais têm dificuldades para cumprir vencimento, se tornando a parcela da população mais endividada, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) 2022.

Por isso, quando se pensa em programas de educação financeira, é preciso colocá-las no centro das ações, considerando sua jornada de cuidado com a família, a forte presença no mercado informal (que leva a salários mais baixos) e também os hábitos de pagamento: no período mais intenso da pandemia, as mulheres utilizaram mais cartões e carnês de loja, enquanto homens utilizaram mais financiamento a longo prazo para financiar veículos e imóveis. Para melhor orientar a produção de conteúdo da Fundación MAPFRE em 2022, esses dados foram considerados para o lançamento do blog Seguros e Pensão para Todos, que apresenta conceitos básicos e de forma lúdica sobre educação financeira para o grande público.

  • Financiar programas e instituições sociais

Para organizações e fundações nacionais e internacionais, financiar programas regionais é um dos caminhos mais efetivos para formação de redes de articulação capazes de enfrentar os problemas identificados. Isso porque essas instituições já possuem renome, equipes de especialistas e estratégias locais focadas em populações mais vulneráveis em diversas áreas, como saúde, educação, nutrição e capacitação profissional. 

  • Gerar empregos e pagar impostos

Gerar empregos e pagar impostos, proporcionando lucros e benefícios para a sociedade é o primeiro passo para garantir responsabilidade social em qualquer organização. Afinal, o recurso recolhido pela administração pública deve retornar às pessoas em forma de segurança pública, escolas, assistência médica, infraestrutura etc. Neste ponto também é preciso se discutir critérios de contratação que incluam diversidade e inclusão, bem como prioridade para mão de obra local e respeito à legislação trabalhista.

  • Ser transparentes

Produzir relatórios com informações acessíveis para toda a sociedade não se trata apenas de um compromisso primordial em termos de responsabilidade social, mas de uma possibilidade de análise para que as próprias organizações sejam capazes de medir impacto e reavaliar estratégias para manter ou redesenhar as ações do ano seguinte. Ter alcançado mais de 11,3 milhões de beneficiários presenciais e digitais em 2022 é um indicativo de sucesso para a Fundación MAPFRE, mas também de que existe grande potencial de atuação com foco na transformação social. A isso também denominamos recompensa emocional: pessoas impactadas, histórias de vida transformadas e a certeza de que existem atitudes que não podem ser apenas contabilizadas financeiramente.